sábado, 18 de julho de 2009

O sofrimento pode matar mas o Cuidado pode adiar a Morte!


É complicado tomar uma posição relativamente a um tema tão controverso como a eutanásia, uma vez que estamos a falar de uma vida que está dependente de outra e que sofre.
Considero que a Eutanásia não é a única solução para os casos de doentes terminais e incuráveis. É verdade que cada caso é um caso e não podemos generalizar.
Tive a oportunidade de ver o filme “ Mar Adentro” e confesso que fiquei bastante emocionada com o caso aí retratado e por uns momentos fui a favor da Eutanásia.
Para mim a Eutanásia deve ser aplicada em casos extremos. Mas não acredito que um familiar de um doente terminal tenha coragem suficiente para assumir a responsabilidade de dizer “ Desliguem as máquinas”.
Independentemente do caso é sempre uma responsabilidade.
Se a eutanásia fosse legalizada em Portugal, com certeza aconteceria uma banalização da prática. Primeiro seria para eliminar doentes terminais e depois pessoas velhas que poderiam ser vistas como um estorvo para as famílias (não é por acaso que os lares estão cheios).
Se fosse perguntado ás pessoas que estão no lar se quereriam morrer, a maioria com certeza diria sim não por ter dores físicas mas por se sentirem sozinhas, inúteis. A Eutanásia surgiria assim como um escape para os problemas de solidão que tanto afecta os mais velhos.
Quanto à distanásia, sendo esta o extremo oposto da eutanásia, considero que também não é muito viável. De facto o prolongamento da vida a todo o custo pode ser vista como uma prova de egoísmo por parte dos que permitem tal. Devemos encontrar um meio-termo. Às pessoas que têm dores físicas devem ser aplicados medicamentos que as retirem, mesmo que isso signifique ter menos tempo de vida, pois vale mais viver menos mas sem sofrimento.
Quanto a mim, penso que se deve apostar nos Cuidados Paliativos. Não é matando as pessoas que se resolvem problemas. A eutanásia não é uma forma de dignidade para as pessoas.
É necessário apostar na formação de pessoas para que tratem destes casos mais complicados.
Diria mais: Em vez de as pessoas estarem no hospital “ à espera da morte” porque não estarem em casa e serem criadas equipas ao domicílio de Cuidados Paliativos? Em vez dessas pessoas estarem no hospital a ocupar camas desnecessariamente, estariam em casa e quando morressem ao menos estariam junto dos que mais amam.
Admito que existam casos em que a eutanásia seria viável mas em situações extremas. No entanto, quando falamos em sofrimento, este é relativo. Se por exemplo se perguntar a uma pessoa com depressão profunda se quer suicidar-se, com certeza ela responderá afirmativamente, coisa que não aconteceria se estivesse bem.
São por isso necessários apoios físicos e psicológicos para as pessoas que estão a sofrer, para as famílias…
À que pensar em soluções mesmo que envolvam mais dinheiro, mais trabalho pois estamos a falar de pessoas que estão a sofrer e que necessitam de ajuda.

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