sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pediste-me e eu despi-me.........



Pediste-me que me despisse e eu despi-me de preconceitos e escrevi.

Pediste-me um momento e eu dei-te o tempo todo do mundo. Deixei que o tempo passasse e procurei uma roupa adequada para que me pudesse cobrir.
Abri o armário meu mundo e optei por um vestido de palavras não demasiado simples mas também não muito extravagante. Gostei do estilo discreto mas sedutor com uma linha romântica mas de inspiração racional.
Tinha cores variadas: desde branco que me fazia sentir paz, vermelho que me fazia sentir paixão, verde que me fazia sentir esperança, o azul que me fazia sentir calma, preto quando me sentia mais triste, o amarelo quando necessitava de calor. Com estas cores sentimentais pintei as palavras procurando assim dar-lhes mais vida e sentido.
Com cor e sentimento enverguei esse vestido porque este não teria qualquer valor se estivesse no armário.
A verdade é que nunca o usei porque tinha medos que não gostassem das minhas curvas literárias.
Hoje, visto me assim cobrindo me com um véu de mistério que oculta em parte a essência mas que mostra o essencial.
Agora não me dispo porque as palavras estão entranhadas na pele. Se as apagar as marcas ficarão lá porque ninguém pode apagar a beleza das palavras. Enquanto elas forem belas para alguém então vale a pena continuar de vestido.
Tudo porque se a obra for boa, esta permanecerá gravada para sempre na alma de quem a segue mesmo que o artista morra.
Por isso, nas passerelles literárias vou continuar a desfilar enquanto sentir que vale a pena.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Fotografa-me a alma que eu deixo

A beleza está nos olhos de quem a ve



Fotografa-me a alma que eu deixo.

Dou-te permissão para que, com a maquina que “captura” as pessoas, também o faça comigo. Não faz mal que fique presa eternamente e que ne ofusque a luz.

Deixo que me envolvas com ela e me descubras por entre os feixes de sombra que a luz não consegue afastar.

Dou-te apenas permissão para que me fotografes a alma e não o que é visível porque o que vês perece mas a alma é imortal.

Fotografa mas não lhe juntes artifícios. Limita-te apenas a retratar a naturalidade que ela possui. Mostra o que merece ser visto.

Captura e revela a beleza da alma porque ela está nos olhos de quem a vê, mas será que tu consegues vê-la?