sábado, 25 de maio de 2013

O tempo parou


Dentro da minha pele

Não viaja ninguém.

Fora da minha pele ninguém me vê passar

Não temo essa indiferença

Talvez o Amor me volte a encontrar.

 

Hoje é o dia.

Na pedra nua o meu corpo renasce

É a tua palavra que me despe

E deixa que me vejas com os teus olhos.

A luz que cintila em ti

Invejo-a pois queria que fosse minha

A que tenho brilha no céu

Mas está sozinha.

Dás-me, então, um beijo quente

Em troca dou-te um beijo gelado

És o Amor que transforma

E não está parado.

É na sombra do teu andar que danço

É no vazio (da ausência de ti) que escuto.

Espero por ti pelo dia fora

Tu surges pela noite dentro.

Eu estou na Lua onde me crês

Tu estás nas nuvens e não me vês.

Desço pela luz da Lua

Para que me vejas

E de corpo e alma serei tua.

Desejo que fiques mais tempo

Tiro os ponteiros do relógio

Beijo-te e o tempo não passa lento

Já parou.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A gaiola do Amor


Gastamos as palavras na rua

Voamos como pássaros

Murmurei o teu nome e tudo estremeceu

Fizemos brilhar as estrelas no peito

Quando nos deitamos no céu do leito.

Afastamos o frio das paredes

Tal como a alma pede

Matei no teu corpo a minha sede.

Ficamos com as mãos doridas

De tanto as agarrarmos

E como um mar em dia de tempestade

Deitaste-te sobre mim

Fizeste de mim a tua metade.

Abraçaste-me como o rio

Traçaste as linhas doces do sorriso

E como um astro de fogo

A tua boca ficou ao pé da minha.

O amor voa comigo

Já não me sinto sozinha.

Senti o palpitar ardente do coração

Quando me roubaste o chão

E deixei a roupa rasgada.

Tornei-me uma alma condenada

Simplesmente aprisionada na gaiola de ti,

Sou o pássaro livre na tua prisão  

Onde dou e recebo o teu Amor.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A morte poética


Os poemas que moram nos meus olhos

São sorrisos de inverno.

E é no verso

Que se comtempla toda a força do Universo.

São a água que morde a terra ternamente

Sem medo das sombras

Que vagueiam subtilmente

Enquanto Sol flutua no céu.

E é no mar da poesia

Que mergulho a minha caneta

E espalho um pouco de magia.

Para isso preciso de morrer no poema.

Invoco o silêncio

Enquanto baloiço na corda dos sentidos

E nos ramos da noite fico

Enforcada.

Foge o que me entristece

Enquanto a hora tece

A dor que faz o peito apertar

Fica o arrepio na pele

E não consigo respirar

Por isso tenho de escrever

Para me conseguir libertar.

Tendo a fria claridade do luar

Como testemunha da morte que ocorreu,

A alma arrefeceu

Mas algo a ressuscita

Quando a alma fica inscrita

Na folha em branco.

E apenas fica o pensamento

Amanha é um bom dia para morrer (de novo). 

terça-feira, 7 de maio de 2013

O negro céu


O Sol secou as lágrimas

Que não deixei de ter.

Ficou o sorriso triste

Pois o Amor não consigo ver.

Começou a chover

Ficou negro o céu

Uma noite triste, penso de repente,

Surge entre a vontade de te abraçar novamente.

Ficaram os gestos no ar

Toda a fantasia trancada

A minha voz ficou calada.

Deito-me sobre os versos que te faço

Enquanto a lua me deixa desnudada.

Tenho a alma fria

E o corpo num farrapo.

Sou uma sombra sozinha

Vestida com uma dor

Que é só minha.

Quis fugir aos medos

Mas tu fugiste-me por entre os dedos.

Fico no meu quarto

Fecho os meus olhos no chão

Adormeço reconfortada no calor das tuas mãos

(Que não sinto na minha pele).

O vento embala-me sem me mover

E no infinito segundo

Alheia ao Amor

Fora de mim e do mundo

Sinto que o Amor me toca

E revela os desejos mais ousados

Que em mim tenho guardados.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Amor ausente


O corpo está dorido

Ultimamente não tenho dormido.

As horas são longas.

Nas noites em que a tua ausência

Fica suspensa sobre mim.

A luz faz-me pequenina

Mas alonga a sombra minha

quando vagueio pela casa sozinha.

Ouço o eco dos meus passos no corredor

e a Solidão fica maior.

Sinto a falta do teu calor.

Algo me destrói

É esse Amor que ainda me dói.

Bebo um licor de Saudade

Sentada  no meu cadeirão.

Essa doçura amarga

que me escorre pela garganta.

Aguardo a magia que irá cobrir

a minha alma vazia e sombria:

A esperança de te voltar a encontrar,