sexta-feira, 12 de julho de 2013

O jardim distante


Os jardins estão distantes.

São ternas lembranças.

Flores que mesmo longe da terra

espalham as suas fragâncias.

Trazem muito de nós:

pedaços de saudade que trago na voz.

Trazem muito mais do que o perfume:

trazem a essência de um amor que não morreu.

 

Das palavras ficou o eco.

Dos nossos corpos ficou a sombra.

Do fogo ficou a cinza.

Das mãos vazias ficou o desejo de enlace.

Do meu coração que na tua mão caberia

ficou a esperança de que ele jamais morreria.

 

Agora beijo o horizonte.

A escuridão abraça-me.

O luar fica a meu lado.

Caminho com o meu vestido vermelho comprido

 com a vida depois de ti.

Flutuo.

A noite começa a cantar-me.

As estrelas olham para mim,

As folhas sussurram o teu nome.

Nada me puxa para ti.

Nada me afasta de ti.

 

Vejo-te ao longe entre a sombra e aluz.

Surges perante mim e prendes as minhas mãos soltas.

Afinal existiremos para sempre. 

3 comentários:

  1. os jardins estão distantes, mas a fragrância de sua poesia paira no ar...

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  2. Vamos trazer esse "jardim distante" para mais perto..."Afinal existiremos para sempre". Saudações poéticas e parabéns pelos versos!!!

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  3. Consegues prender estes jardins distantes em tuas mãos e trazê-los para perto de mim.Bjs

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