terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Sol de inverno




Mata-me.

O Poema não é nada.

Preciso de liberdade.

O fogo gelou em mim.

 

Há um abismo

a meus pés.

O chão que já foi Céu,

onde senti o teu corpo junto ao meu,

magoa-me os olhos.

Fica distante a lembrança de ti.

 

O vestido está rasgado.

Perdi o encanto.

Caiu-me aos pés.

Caminho de mãos vazias

na caverna onde me prendeste

com a melodia que me enfeitiçou.

 

Procuro o teu rosto na distância.

Perco-me nas horas.

Pergunto-me por que demoras.

Um corvo pousa na pedra nua.

Julgo que traz alguma notícia tua.

Talvez o nosso Amor tenha morrido

e eu não me tenha apercebido.

Sinto o meu corpo despido.

Cubro-me com as asas que me deste.

 

É na frieza das coisas

que surge o teu rosto

na manha.

Mergulhas os dedos no meu peito

Arrancas as recordações.

Incendeias o meu corpo,

quando me tocas.

 

O longe fica perto.

O meu mundo fica mais completo.

Destróis tudo em mim.

Por ti me deixo matar

só para te ter a meu lado,

meu Sol de inverno.

2 comentários:

  1. belíssimo seu trabalho....
    te esperando no meu blog tb....
    bjins literários....
    Simone Guerra

    http://paracruzaroatlantico.blogspot.com.br/

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  2. Este é o segundo poema da sua autoria que leio, e estou surpresa! Um melhor que o outro...

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