Foto: Andreas Day
A Alma é
um corpo nu.
Nas mãos mantenho
algemado
um Desassossego.
Restrinjo-me a uma
sombra.
Piso a terra
que também serve para
morrer.
Tudo fica sobre terra.
Acima do Inferno.
Abaixo do céu.
Deixa que o vento
eleve as cinzas do chão.
Nada do que vive
fica no caixão.
Evapora a voz.
Solidifica o corpo.
Condensa o grito.
Anda nas nuvens.
Vagueia na madrugada.
Vê o dia nascer.
Prepara-te.
Vou levar-te
a um lugar
onde vou estender
o céu
devagar.
É um céu fechado
de Palavras.
Os anjos estão a arrumar
as estrelas
em gavetas de algodão.
Conhece-me por detrás
da Luz.
Desmancha o meu corpo
com os teus gestos.
Espera que corra a água
pura.
Assim, te abençoo
no céu
com a prosa dos poetas:
palavras de ternura
sem estrelas.
NÃO TENHO COMENTÁRIOS. NEM POSSO COMENTAR.
ResponderEliminarApenas...sletrar, devagarinho.
Belo, belissimo
ResponderEliminarBelíssimo!
ResponderEliminarEstes versos, Ana, não são para serem comentados. Eles se bastam.
Um grande abraço, Ana!