Foto: Ario Wibisono
Hoje o
corpo beija o chão
quando me
deixas
na cova do
leito.
Roçaste na
minha boca
para
alimentar a prece.
Tornaste-te
devoto.
Hoje
prendeste-me
na tua
voz.
Fiquei
atrás das grades.
Arrefeci o
corpo
para ficar
vazia de emoções.
Nada pode
fazer borboletar
as
entranhas.
Arranquei
o coração.
Coloquei-o
para reciclar.
As
loucuras são para reinventar.
Lancetei a
pele
para ver o
reverso.
Conheci a
dor de cor
mas não
irei recitá-la.
Crema-me.
Faz arder
o desejo.
Ilumina-me.
Deixaste
pétalas insipidas
para
disfarçar o cheiro
que se
mistura
com a tua
inexistência
viva.
Abandonei
o meu corpo.
Nada me
prende a ti.
Enterrei-me
a teu
lado.
Acordei
para ti
na terra
que respiro
contigo.
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