É numa maré
que vou indo
e desaguo
no rodapé.
Fico na tua boca
bem impressa
e definida
como outra coisa qualquer.
A nudez é pálida,
pura,
crua,
gelada,
salgada.
Deixa-me na terra.
Amas a decomposição
do corpo
em estrofes
de versos brancos.
Não há luto.
Sou miserável
de olhos vidrados.
Sou um corpo
de carvão.
Sou vegetal.
Apanho-te na esquina
de papel.
Vou assombrar-te.
As Palavras
soam falso
porque não morri.
Futuramente
o meu corpo estará
presente
em camara ardente
em papel
(no) passado.
Estás imparável...
ResponderEliminarEste poema é soberbo.
Ana, tem uma boa semana.
Beijinhos.